Cecília Pim

“Eu acho que o trabalho que tive em Lisboa, em restauro, foi muito importante para mim, fez com que eu estivesse mais em contacto com pintura e com artes. Estimulou-me muito.”

Instagram: @cecilia_pim

Texto por Francisca Costa

Cecilia tem 25 anos e vive no norte do país, mais precisamente em Póvoa de Varzim. Começou a entrar no mundo da arte quando ingressou na escola Soares Reis no curso de Design de Produto. Tirou uma licenciatura em Design Industrial na Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Procurou emprego na área de Design de Produto, em algo mais artístico, e foi então que foi para Lisboa viver durante cerca de 2 anos. Trabalhou em vários ateliers acabando por se instruir sempre em algo novo, até que finalmente decidiu desenvolver um projeto com as suas ilustrações.

O projeto nasceu quando Cecília trabalhava em restauro de porcelanas, acabando por estar mais ligada com ilustração. A artista tanto gosta do estilo Pop Art como do estilo abstrato, o que causou uma grande indecisão, porém, acabou por se render ao estilo Pop Art.

Inspira-se naquilo que vê no dia a dia, no comportamento social, “no mundo todo”, em tudo o que a rodeia.

“Comecei a fazer ilustrações porque achei que era interessante a ideia de depois mais tarde pegar nelas e espalhá-las pelas ruas. Comecei a fazer isso no Norte, mas em Lisboa não cheguei a fazer. Mas claro que um dia deixarei por Lisboa as minhas coisas.”

A artista já teve aulas de costura, através de um trabalho antigo contactou com porcelanas, e ainda, quando era mais nova, gostava de modelar. De momento, está a ter aulas de oleria.

Seguidamente, a artista contou que surgiu a ideia de passar as suas ilustrações para, por exemplo, tote bags, sendo que tudo iria ser realizado pela própria, desde a pintura à costura. Trabalha também a modelação em alguns dos produtos que vende.

Todos os produtos que desenvolve são únicos e idealizados pela própria antes de conseguidos. Dentro dos que já desenvolveu podemos encontrar bases para incenso, cinzeiros, porta-chaves, porta-moedas, Tote Bags e, o seu principal foco, as ilustrações. Também podemos encontrar na sua página de Instagram ilustrações digitais da sua autoria.

“Cada ilustração que eu tenho contam uma história. Todas têm história, todas têm um propósito, todas têm uma lógica, não há quase peça nenhuma que não faça sentido.” disse, em conversa com a C’art.

A artista coloca os produtos à venda através do seu Instagram e ainda numa loja no norte do país. Para entrar em contacto com a artista basta apenas enviar mensagem privada através das redes sociais.

Posteriormente, confessou que a parte da costura não é aquela que mais conquista o seu agrado, devido a ser muito perfecionista e exigente consigo mesma. “A parte que eu me divirto mais é na parte de pensar nas peças e, também, na parte de pintar as coisas. Acho que me divirto muito mais a pintar do que a fazer outra coisa.”

“Eu acho que o trabalho que tive em Lisboa, em restauro, foi muito importante para mim, fez com que eu estivesse mais em contacto com pintura e com artes. Estimulou-me muito. A partir do momento em que recebi um estímulo naquilo que realmente gostava de fazer, foi quase como voltar a fazer aquilo que fazia quando era pequena quando estava constantemente no atelier com a minha avó. Podia fazer o que quisesse e fazia de tudo um pouco.”

Cecília já realizou uma exposição em Lisboa e no Norte. Recentemente expôs, no Restaurante Vegetariano Botellini nas Caldas da Rainha. A exposição em Lisboa fez em conjunto com outra artista, com um estilo completamente diferente do seu, no entanto, não deixou de ser uma boa experiência.

Tem recebido um bom feedback pelo seu trabalho, no entanto, lamenta serem mais pessoas estrangeiras a elogiar as suas criações do que portuguesas. No entanto, por ser uma arte distinta do panorama das artes de agora e ligada ao sarcasmo, Cecília confessa que há pessoas que não compreendem e outras que estranham.

Futuramente pretende continuar a fazer esculturas e expandir as suas criações por lojas em todo o país.

Convidamos-te a conhecer o trabalho desta artista que gosta de expor o real através da sua arte, e a acompanhar tanto o seu trabalho como o seu percurso e crescimento. Cecilia é uma caixinha de surpresas, com certeza que nunca te irás aborrecer.